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Mitos e Verdades sobre Paralisia Facial




O começo é sempre angustiante: muitas vezes a própria pessoa só se dá conta quando alguém próximo nota algo estranho em seu rosto. Ou quando vai escovar os dentes e não consegue manter os lábios fechados para realizar o bochecho. No café da manhã, o café escorre por um dos cantos da boca. Após isso, vem o medo. Será um derrame? Um aneurisma? Algo grave? A angustia só cessa após ser atendido por um médico, que determina o que de fato aconteceu.

Após o diagnóstico, outra angústia: "meu rosto vai ficar torto assim por quanto tempo?", "como vou encarar as pessoas?", "o que vão pensar sobre a minha aparência?".


A paralisia facial acontece quando a pessoa não consegue ou tem a força diminuída dos músculos responsáveis pelas expressões faciais. O desfecho, na maioria do casos, é muito bom, e a fisioterapia é grande aliada na recuperação e na simetria do rosto.


Apesar de comum, é um problema cercado de muitos mitos e achismos, que prejudicam e muito a recuperação de um problema que é bem simples de se resolver.


Vamos desmitificar alguns deles?



Acontece sempre por conta de um derrame.

MITO.

A paralisia facial pode acontecer sim, por conta de uma lesão no cérebro, mas a mais comum é a que acontece por conta da lesão do nervo facial.


Para diferenciar se a lesão foi no cérebro (central) ou no nervo (periférica) basta realizar o seguinte teste:

Peça para a pessoa com paralisia fechar os olhos.




Se for periférica, no lado paralisado, o olho se manterá aberto.

Se for central, no lado paralisado, o olho se fechará.



Existe tratamento com remédios

VERDADE.

Principalmente na fase inicial. A maioria dos casos de paralisia facial acontece por conta de uma inflamação, que machuca o nervo facial. Logo que acontece a paralisia, é o momento em que a infecção provavelmente estará em alta, logo, remédios que ajudem a diminuir essa inflamação por consequência vão ajudar a diminuir o dano ao nervo. O quanto antes a inflamação acabar, é melhor. Por isso, é importante buscar assistência médica logo nas primeiras horas de paralisia.


Mascar chicletes ajuda a melhorar.

MITO.

Ao mascar chicletes, você fará uso de músculos que não são afetados pela lesão do nervo facial.

No rosto temos os músculos responsáveis pelas expressões faciais e músculos responsáveis por mastigar e mover e manter a mandíbula no lugar. Eles não funcionam juntos. Tanto que, uma pessoa com paralisia facial consegue mastigar normalmente, mas não consegue sorrir. Portanto, não adianta treinar músculos da mastigação para tratar paralisia facial.


Pode deixar sequelas

VERDADE.

Infelizmente, é verdade. Geralmente não ocorrem sequelas, mas elas podem acontecer em alguns casos:

- Caso se inicie o tratamento com remédios muito tarde

- A paralisia for muito grave

- Caso seja realizado um tratamento errado (mascar chicletes, choquinho, caretas, etc).


Outro ponto muito importante é a saúde dos olhos: no caso da paralisia periférica, como o olho não fecha nem na hora de dormir, é importante alguns cuidados como lubrificar os olhos com colírio prescrito por oftalmologista, usar tampão para dormir, além de acompanhar com oftalmologista, durante o tratamento como está a saúde das estruturas do olho do lado afetado.


Choquinho na fisioterapia ajuda a voltar o movimento

MITO.

O movimento pode até voltar mais rápido num primeiro momento, mas é possível que esses músculos se tornem muito mais rígidos depois. Ou que ocorram depois movimentos involuntários por conta dos choques. Por exemplo, a pessoa sorri e, sem querer, fecha os olhos.

Caso seja proposto essa abordagem no seu tratamento de fisioterapia, recuse.

Procure sempre um especialista.


Quanto antes iniciado o tratamento, maior a chance de recuperação. Os primeiros 6 meses são os mais importantes para a fisioterapia.

Não perca tempo e procure SEMPRE um especialista em Fisioterapia Facial ou Neurológica.


Teve paralisia há algum tempo, alguma alteração ficou e ainda te incomoda? Ainda há esperanças. Estudos indicam que mesmo em casos antigos, há possibilidade de alguma recuperação.



 

Dra. Aline dos Santos Silveira

Especialista em Fisioterapia em Neurologia (HIAE)

Responsável Técnica: Clínica Singulari


#paralisiadebell #sousingulari

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